27/07/2010

Quo Vadis Mozal

Todo começou quando
Venderam a papaia e a papaieira
O pepino
E o peixe
Finalmente venderam o mar

Fizeram queimadas descontroladas
Abateram as árvores
E o lingote do alumínio foi vendido bem perto de nós
Depois foram protocolos de mata-muito-mata-pouco
O João
E o Dinis
Não foram convidados

E agora
Agora é só
Oficializar a morte lenta
Avisar todo mundo da proeza
Libertar o fumo

E matar

Quo Vadis!

24/07/2010

Viram como foi
De novo falhado
As balas por pouco nao fariam vitimas
A quem pense que foram apenas comprar a polvora
Daqui a pouco
Estarao de novo em ping-pong
Viram como foi
Extraordinariamente vergonhoso
So pode ser obra
Da famosa geracao da viragem
Tudo indica que teremos umas geracoes
Actualmente sao duas MDM- FRELIMO

22/07/2010

Vandalização do outro

Viram como foi
Mesmo com mágica da “chama-da-unidade-nacional”
Que passou bem pertinho de casa dela
Dona-estrela
Escapou ao linchamento
Tipo xenofobia local
Aqui perto no Maputo-Matola-liberdae

Viram como foi
Foi apenas uma criança?
Quem mais veio?
Quantos vieram?
Vieram de todas partes?
Falam todas línguas?
São todos funcionários?

Quem ateou fogo?
Depois recolheram tudo
Copo-chávenas-colheres-de sopa-roupa-interior
Um pouco de tudo
Saíram todos satisfeitos

Mas tudo em nome do tá-tá-mamã-tá-tá-papá
Vandalização do outro
Viram como foi!

18/07/2010

Taikwana

Chamaste-me pelo nome
E disseste-me que nao virias
Socegaste-me mil uma vezes
Que nada poderia mudar nossa relacao
Fiquei a saber mais tarde
Que foste embora
Desta cidade
Deixaste tres filhos
Uma casa pequena
Um jardim cheio de pardais
Tua mochila
Teu pequeno barco de papelao
Tuas bonecas pequenas ainda por fazer
E o teu choro de crianca



As tuasvestes continuam penduradas no estendal
Tua avo Kudzi
sabe que pra ti
E rocho o vermelho que brilha nos teus olhos
E negra a chama da alma que vibra no seu coracao

Chamaste-me pelo nome
Olhei para tras
Tu esta ali por inteiro






16/07/2010

Quo vadis frelimo

Aqui passam camiões e camiões
Lá passam carrões e carrões
Aqui toda gente fala de borla
Lá fala-se muito pouco
É por causa da temperatura
O frio é intenso

De célula em célula
De casa em casa
Cantas bem alto a tua grande canção do amor de todos os dias
A tua canção de trabalho de todas as manhãs
A máquina que ensinaste a manejar todas as manhãs

Ainda amas?
Ou para ti é falsa a ideia do amor
Lembras-te ainda dos campos de reeducação?
Como terminou a utopia da guerra?

Quo vadis

15/07/2010

Concurso de Vadiagem

Nao direi quando
Mas lembro-me da ultima vez que
Decidi ganhar folego
Dar uma passeata
Eu e meus amigos e a malta toda do bairro
La fomos
De maos dadas
Pe ante pe
La fomos nos

Especie de concurso de vadiagem.

Altar do padre

Certa vez andei a pensar
Em suicidio
Nao por livre vontade
Andei irritado com o tempo
Resolvi procurar um padre
Confessar meus pecados

Nao e que fiquei surpreso
O padre tinha abandonado o altar
O altar era agora um pequeno mercado
Senti um pequeno no na garganta
Decidi nunca mais confessar meus pecados

Primeira geracao de viragem

Ando louco demais
To doido demais
To fora desta geracao
O meu amor me quer fora
Nao e por prazer
E mera utopia dela

Fiz lobby
venerei grandes imagens
E ganhgei total exclusao
Tudo porque o mau amor me quer ver fora
Diz me que e primeira geracao de viragem
Pura ilusao dela

Ando a solta
Minha carne carcomida
Meus ossos demasiado leves
Olhar lendo e distante
Espero pela proxima geracao
Sei que vira...