Era uma vez um pequeno vendedor de calcinhas
Alto magro pele reluzente
Ausente na paixão dos homens sábios
Tal moço leviano de cara alegre e cabisbaixo
A cada metro o grito sufocante da sua voz
Trazia lembranças longínquas do tempo da fome e das cigarras
Do tempo em que as mamanas de rabo seco
Traziam massalas e outras frutas silvestres para nós
Era uma vez um pequeno vendedor de calcinhas
Abatido, apático e teso
Mas triunfante
E Gritava bem alto para o povo ouvir
No fim
No fim ficava na borda do passeio
Uma por uma
Contava o lucro das quinhentas da venda do dia
Era uma vez um pequeno vendedor ambulante de calcinhas
Por: Rafael da Câmara
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